8 de janeiro de 2012

O que é a dependência química ?




A dependência química é uma doença crônica, progressiva e incurável. Ela é caracterizada pelo uso compulsivo de qualquer substãncia psicotrópica, ou seja, que altere o comportamento, como por exemplo o álcool, a maconha, cocaína, crack, anfetaminas, benzodiazepínicos (calmantes), entre outras substâncias.
Não é possível saber a causa exata da doença, mas alguns fatores podem ser apontados, como por exemplo a predisposição do indivíduo, fatores emocionais, sociais e ambientais. Ela também está ligada diretamente à compulsão.
No cérebro, há uma área relacionada a sensação de prazer (chamada de circuito de recompensa cerebral), o prazer que sentimos ao comer, ter relações sexuais, ao usar drogas, etc., evolutivamente o homem criou essa área de recompensa e é nela que as drogas atuam. Por uma espécie de curto circuito, elas provocam uma ilusão química de prazer que induz a pessoa a repetir seu uso compulsivamente, com a repetição do consumo, todas as fontes naturais de prazer perdem seu significado e com isso, o usuário passa a buscar aquele prazer imediato propiciado pela droga, mesmo que isso possa comprometer sua saúde e colocar sua vida em risco.





A Organização Mundial de Saúde (OMS) também considera o uso abusivo de drogas como doença e grave problema de saúde pública, e faz a seguinte divisão entre os tipos de uso de drogas:
Consumo de baixo risco: é cercado de precauções necessárias para prevenção de acidentes e utiliza baixas doses.
Uso nocivo ou abusivo: sempre acompanhado de complicações (acidentes, brigas, perda de compromisso). Danos físicos e mentais decorrentes do uso de substâncias, com conseqüências sociais. Sem haver a presença de complicações crônicas relacionadas ao consumo, como: síndrome de abstinência, cirrose, etc.
Dependência: Consumo freqüente, compulsivo e descontrolado, visando aliviar sintomas de mal estar e desconforto físico e mental, reconhecidamente acompanhados por síndrome de abstinência, problemas psicológicos e sociais.

Muitos veem a dependência química como "falta de vergonha ", ou opção, mas ao contrário disso, a dependência química é de fato uma doença e o indivíduo não tem culpa por ela, mas é responsável sim por seu tratamento.




Os critérios para a identificação da dependência química são:

Um padrão mal-adaptado de uso de substância, levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, manifestado por três (ou mais) dos seguintes critérios, ocorrendo a qualquer momento no mesmo período de 12 meses:
(1) Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:
(a) necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para adquirir a intoxicação ou efeito desejado
(b) acentuada redução do efeito com o uso contínuo da mesma quantidade de substância

(2) Abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos:
(a) síndrome de abstinência característica para a substância
(b) a substância (ou outra estreitamente relacionada a ela) é consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência


(3) a substância é freqüentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido


(4) existe um desejo persistente ou esforços mal-sucedidos na tentativa de reduzir ou controlar o uso da substância


(5) muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância (por ex., consultas a múltiplos médicos ou fazer longas viagens de automóvel), na utilização da substância (por ex., fumar em grupo) ou na recuperação de seus efeitos


(6) importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas (trabalho, escola/faculdade, esportes, atividades de lazer que geravam prazer, etc.)são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância


(7) o uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser
causado ou exacerbado pela substância (por ex., uso atual de cocaína, embora o indivíduo reconheça que sua depressão é induzida por ela, ou consumo o frequente de bebidas alcoólicas, embora o indivíduo reconheça que uma úlcera piorou pelo consumo do álcool).

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