21 de fevereiro de 2012

Consumo de álcool no Carnaval será fiscalizado


A fiscalização nos bailes de Carnaval, casas noturnas, bares, blocos e trios elétricos será mais intensa neste ano. A Secretaria de Estado da Saúde vai contar com 500 agentes – a maioria à paisana – para verificar se estão sendo vendidas bebidas alcoólicas para menores de 18 anos.

As blitze fazem parte da campanha "Álcool Para Menores é Proibido" e vão acontecer de amanhã a terça-feira. Nos dias de desfiles no Sambódromo.

A fiscalização também será intensificada em quiosques de praia e nos estabelecimentos de cidades do litoral Sul e Norte.

“Nós vamos direcionar a fiscalização para evitar o consumo precoce e nocivo de bebidas alcoólicas por adolescentes em bailes e outras ocasiões relacionadas ao Carnaval. Estudos apontam que quanto mais cedo os jovens começam a beber, maiores são as chances de desenvolverem dependência química no futuro”, diz Maria Cristina Megid, diretora do Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria.

Desde 19 de novembro de 2011 foram feitas 85,7 mil fiscalizações no estado, com aplicação de 604 multas, o que representa índice de 99,3% de cumprimento da legislação. Os estabelecimentos infratores estão sujeitos a multas de até R$ 92,2 mil, interdições e até perda da inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS.


Fonte: Diário de S.Paulo


16 de fevereiro de 2012

Lei antiálcool completa 2 meses e multa estabelecimentos em SP

A Lei Antiálcool para menores, do governo de São Paulo, acaba de completar dois meses com um total de 431 multas aplicadas e 99,3% de adesão dos estabelecimentos vistoriados. É o que aponta balanço da Secretaria de Estado da Saúde com base nos dados da Vigilância Sanitária Estadual e Procon-SP, divulgado nesta sexta-feira (29).

Desde 19 de novembro foram realizadas 59.916 inspeções em pontos do comércio paulista, o que significa quase mil por dia ou 40 por hora em todo o Estado. Do total de estabelecimentos multados, 59% foram bares, restaurantes, padarias e lanchonetes. Outros 16% das autuações foram aplicadas em mercados, supermercados e hipermercados, 4% em postos de combustível e lojas de conveniência, 2% hotéis e 1% em danceterias e buffês.

O perfil das autuações no segundo mês se alterou em relação ao primeiro, quando a infração mais frequente foi a venda ou permissão de consumo de bebidas alcoólicas adolescentes menores de 18 anos. No segundo mês, cerca de 70% das multas foram por bebidas alcoólicas misturadas com refrigerantes, sucos e outros produtos não-alcoólicos em gôndolas e geladeiras. Outros 18% dos estabelecimentos tinham problemas relacionados às placas indicativas da lei e 12% cometeram a infração mais grave (venda ou permissão de consumo). O total de multas aplicadas no segundo mês foi de 180, contra 251 nos primeiros 30 dias.

Além da capital, houve multas na capital e nas regiões de Ribeirão Preto, Alto Tietê, Franco da Rocha, Araçatuba, Araraquara, Campinas, São José do Rio Preto, Bauru, Franca, Marília, Sorocaba, Grande ABC, Barretos, Baixada Santista, Presidente Prudente, Piracicaba, Vale do Ribeira e Vale do Paraíba.

Somente na capital paulista foram 174 autuações desde 19 de novembro. Na Grande São Paulo houve 12 autuações, e outras 245 no interior e litoral do Estado.

A nova lei paulista determina sanções administrativas, além das punições civis e penais já aplicadas pela legislação brasileira, a quem vende bebidas alcoólicas para menores de idade. Está prevista a aplicação de multas de até R$ 87,2 mil, além de interdição por até 30 dias, ou até mesmo a perda da inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS, de estabelecimentos que vendam, ofereçam, entreguem ou permitam o consumo, em suas dependências, de bebida com qualquer teor alcoólico entre menores de 18 anos de idade em todo o Estado.

Além de não vender, os comerciantes não podem permitir o consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes no interior dos estabelecimentos. Antes, se um adulto comprasse a bebida e repassasse a um menor dentro do bar, o proprietário do estabelecimento não tinha qualquer responsabilidade.

Fonte: R7

6 de fevereiro de 2012

Uso abusivo de álcool e drogas pelos pais: a repercussão na vida de seus filhos


American Academy of Pediatrics Vol 102 (1) 145-148, 1998

Dados do National Institute on Drug Abuse dos Estados Unidos mostraram que mais de 1 milhão de crianças por ano são expostas ao álcool e/ou outras substâncias psicoativas durante a vida intra-uterina.
Evidências no assunto demonstraram que os recém-nascidos expostos à substância psicoativas durante o período de gestação apresentam maiores índices de retardo do crescimento intra-uterino, prematuridade e prejuízo do funcionamento neuro-comportamental.
Estudos longitudinais, ou seja, que acompanharam o comportamento de crianças filhas de mães usuárias de substâncias psicoativas desde o nascimento até a idade escolar, também revelaram que a exposição prenatal às drogas tem um impacto direto no comportamento de crianças de 4 a 6 anos. Estas crianças apresentaram um número significativamente maior de casos de depressão e ansiedade, agressividade, distúrbios da atenção e pensamento e impulsividade.
Além disto, crianças em idade escolar cujas mães continuam fazendo uso do álcool ou outras drogas após o período de gestação apresentaram desempenho cognitivo prejudicado.

Mais da metade dos casos de crianças que estão sob os cuidados dos Serviços de Proteção à Criança referiu uso de drogas na família. No início da década de 90 estimou-se que aproximadamente 55% dos casos de crianças pequenas que não estavam mais sob os cuidados dos pais foram expostas à cocaína ou derivados na vida intra-uterina e 11% esteve exposta ao álcool e outras drogas.
Estudos que avaliaram a associação entre abuso de substâncias psicoativas e abuso de menores encontraram que crianças, filhas de mães usuárias de substâncias, foram 2 a 5 vezes mais abusadas físicamente do que crianças sem história materna de uso de drogas.
O Comitê Americano de Prevenção em Abuso Infantil estimou que aproximadamente 675.000 crianças/ano são seriamente maltratadas por cuidadores que fazem uso abusivo de álcool ou outras drogas. Além disto, quando outros fatores são levados em conta (situação financeira, vínculo empregatício, relacionamento com o cônjuge) pais com dependência de substâncias psicoativas abusam ou negligenciam aproximadamente 3 a 4 vezes mais seus filhos do que pais não abusadores ou dependentes de álcool ou outras drogas.

PROTEÇÃO ÀS CRIANÇAS

A discussão sobre quais os comportamentos dos pais em relação aos filhos necessitam de intervenção dos Serviços de Proteção à Criança é freqüentemente deixada de lado pelo questionamento unicamente voltado para o uso de drogas legais, tais como o tabaco ou álcool, durante a gravidez ou crescimento infantil.
O problema em se definir o comportamento de risco dos pais em relação aos filhos também ocorre, pois muitos médicos têm dificuldades em reconhecer o abuso ou dependência de substâncias nestes pais e também por acreditarem que estes transtornos são pouco prevalentes nesta amostra.
Desta forma, casos de abuso de menores são freqüentemente tratados legalmente e não de forma a propiciar assistência, orientação e tratamento para estes pais.

PREVENÇÃO COMO UMA OBRIGAÇÃO MORAL

Crianças pertencentes a famílias em que o uso de drogas ou álcool vem sendo utilizado de forma abusiva, apresentam um risco maior de serem abusadas, negligenciadas ou de terem problemas no comportamento que possam intervir em seu desempenho escolar e desenvolvimento emocional e social.
Dada a importância deste tema, a Dra. Ira Chasnoff propõe que o familiar de crianças cujo teste toxicológico de urina der positivo ou que estiver fazendo uso abusivo do álcool ou outras substâncias deve ser encaminhado para o tratamento. Caso o familiar se recuse ou não cumpra com o tratamento proposto, o Serviço de Proteção à Criança (SPC) deverá ser notificado.
Se após a 1ª. Notificação ao SPC o familiar continuar fazendo uso abusivo de álcool e outras substâncias ou não querendo participar do tratamento, o direito dos pais deverá ser revisto e se apropriado for, a criança deverá ser retirada do convívio familiar.
A decisão em devolver estas crianças para o convívio com a família dependerá da aderência e progresso que os pais tiverem tido desde o início do tratamento, de acordo com os objetivos pré-estabelecidos pelo médico em conjunto com os pais, equipe multidisciplinar e membros do Serviço de Proteção à Criança.
Já que a violência à criança está tão intimamente ligada ao uso abusivo de substâncias psicoativas, os profissionais de saúde de diversas especialidades tem de estar preparados para identificar estes casos, orientar os pais quanto à necessidade do tratamento e notificar às autoridades sempre que necessário. Como disse a autora "silence may be violence", ou seja, "o silêncio pode ser violência" e a repercussão na vida destas crianças poderá ser desastrosa.

Fonte: Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) / NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstei

30 de janeiro de 2012

Identificando a Dependência Química

Alguns critérios descritos abaixo, foram formulados para o diagnóstico da dependência química e foram elaborados nos anos 70 por Griffith Edwards, médico especializado no assunto e escritor de vários livros sobre o àlcool e outras drogas.


Compulsão ou perda do controle: Uso abusivo e frequente da substância, um desejo muito forte e persistente de usar.  Identificamos a compulsão ou perda do controle em frases como:
    "Se eu tomar um ou dois, não paro mais."
   "Se eu passar por um bar, esqueço da promessa de parar."
   "Se eu passar pela boca, entro."
   "Se fumar uma vez, volto."
   "Passo o dia fissurado por um gole."


Tolerância: A tolerância é a necessidade de doses cada vez maiores da substância para se obter os mesmos efeitos de antes. O corpo vai se acostumando ao efeito da droga. Percebendo sua presença constante no organismo, cria mecanismos para dificultar sua ação sobre os neurônios (diminui os receptores, torna-os menos sensíveis, destrói a substância com mais rapidez). Isso faz com que o usuário necessite de doses cada vez maiores. Na prática, o usuário mantém uma ingestão constante de uma determinada droga e consegue fazer coisas que incapacitaria um usuário não-tolerante. Isso não significa que seu desempenho não esteja prejudicado (muito pelo contrário), mas não está incapacitado. Nos estágios mais avançados da dependência, o indivíduo começa a perder a tolerância e fica incapacitado com doses pequenas da droga.
Identificamos a tolerância em frases como:
"Eu sou forte para a bebida."
"Ninguém é capaz de me derrubar na bebida."
"Um tirinho ( ato de aspirar a cocaína) já não é a mesma coisa de antes."
"Um baseado já não me deixa mais retartado."


Síndrome de abstinência
: Os sintomas de abstinência são a evidência mais palpável da presença da dependência. Eles se caracterizam pela presença de sinais de desconforto, tanto físicos quanto mentais, ao reduzir  ou interromper  o uso da droga. Quase todas as drogas são capazes de desencadear sintomas de abstinência. A intensidade dos sintomas é progressiva. Inicialmente são predominantemente mentais: fissura pela droga, ansiedade, sintomas depressivos (desânimo, lentificação...), irritação, perda da concentração e insônia. Na medida em que a dependência aumenta, aumenta também a magnitude dos sintomas. Entre os sedativos podem surgir sintomas físicos, tais como tremor, suor difuso, palpitações cardíacas, aumento da temperatura do corpo, náuseas e vômitos, podendo chagar até a quadros de confusão mental (delirium). Identificamos a Síndrome de Abstinência em frases como:
"Pela manhã sempre estou irritado. Os sons me incomodam e as pessoas me tiram do sério facilmente. Acabo sempre dizendo coisas estúpidas, das quais sempre me arrependo depois. Depois de beber uma pinguinha, tudo melhora instantaneamente."
"Tenho uma tremedeira logo cedo que passa depois de uma rebatida lá bar."
"Costumo sentir náusea e até vomitar quando escovo os dentes pela manhã."
"Logo que a cocaína acaba vem uma fissura intensa, incontrolável, que me faz sair para busca mais."
"Lá pelo terceiro dia sem fumar começo a me sentir ansioso, fissurado, inquieto e desconcentrado. Tenho a sensação de que nunca mais levarei uma vida tranqüila novamente."


Uso da substância para aliviar os sintomas de abstinência: Esse é um comportamento antecipatório, que visa a evitar o surgimento dos sintomas de desconforto. O indivíduo aprende (mesmo que não perceba) quando os sintomas aparecem e procura sempre usar a sua droga de escolha antes. A partir desse ponto, já se observa um consumo rotineiro da substância em sua vida.Identificamos esse fator, em frases como:
"Tomo um gole de uísque na hora do almoço para me aprumar."
"Só bebida cura minha tremedeira matinal."


Relevância do consumo: O consumo da substância torna-se prioridade. O indivíduo acaba deixando de lado coisas que antes fazia e gastando maior parte do seu tempo e  dinheiro, na busca pela substância. Identificamos a Relevância do consumo nas seguintes frases:
"Eu e meu pai costumávamos sair todos os fins de semana. Depois que começou a beber pra valer, não nos encontramos como antes, vejo-o mais distante e acho que ele até me evita às vezes.
"Estou mais distante porque as pessoas se modificaram ao meu redor. Minha casa já não é mais a mesma, minha mulher só reclama e meus filhos parecem me evitar. Na verdade também ando sem tempo para a família. Tenho procurado emprego, mas a crise está pegando. Por isso tenho ficado mais tempo no botequim. Sempre aparece algum contato interessante por lá."


Estreitamento do repertório: O estreitamento do repertório é justamente a perda do vínculo social que justificava o consumo. O consumo se volta para o alívio ou evitação dos sintomas de abstinência. O indivíduo passa,  por exemplo, a consumir drogas em qualquer lugar (até mesmo em lugares considerados impróprios),  a qualquer dia e hora. A droga se torna uma necessidade, e não mais uma atitude, antes, vinculada a alguma ocasião social (beber para comemorar algo, festejar, fumar um baseado com os amigos para 'relaxar', cheirar para ficar mais sociável, etc). Podemos Identificar o Estreitamento de repertório na seguintes frase: 
"Bebo uma pinga com Cinzano logo cedo no Bar do Seu José, antes de pegar o ônibus. Às onze horas, tiro meu horário pro cafezinho na repartição e dou um pulo no Bar do Seu João, que ao me ver pisar no seu botequim já vai logo pegando a garrafa de vodca e me serve aquela espremida com limão. Depois do expediente tomo umas sozinho e vou pra casa. Mas sempre saio mais uma vez pra comprar o cigarro. Chegando lá, Seu José tem sempre aquela pinga com Cinzano prontinha pra mim.


Reinstalação da síndrome de dependência: É o reaparecimento dos sintomas físicos (síndrome de abstinência) e comportamentais (uso para alíviar os sintomas, relevancia) do consumo, estreitamento do repertório), após variáveis períodos de abstinência. Ou seja, após um período sem usar, o usuário  sofre uma recaída e volta ao uso, inicialmente, ele pode conseguir "controlar" seu uso, como fazê-lo esporádicamente, mas por maior que tenha sido seu período de abstinência, um breve retorno ao consumo,  pode fazer o indíviduo voltar ao seu antigo padrão de uso. O consumo de substâncias, como o álcool, os solventes e a maconha, leva um tempo considerável até o aparecimento da dependência e curto se tratando do crack e dos opiáceos. Identificamos a reinstalação da síndrome de dependência em frases como:
"Não bebia há anos. Comecei a namorar uma garota que bebia. Dava uns goles de vez em quando. Aos poucos, aquela fissura, ansiedade e inquietação que nem lembrava mais que existiam voltaram rapidamente. Quando me percebi, um mês depois, já voltei a beber como antes.

26 de janeiro de 2012

As Interações do Álcool com outras Drogas

(Texto adaptado do livro "Interações entre drogas e álcool: quando ter cuidado" - Drug and Alcohol Interactions - When to be Cautious. Adapted from O'Hagan J, Robinson R, Whiteside E. Alcohol)

O álcool é um potente depressor do sistema nervoso central, ou seja, seu uso pode levar a uma diminuição da atividade cerebral e conseqüentemente a alterações importantes no comportamento.
O álcool pode interagir com outras drogas como benzodiazepínicos, opióides, analgésicos, anfetaminas, cocaína, barbitúricos, alucinógenos, antibióticos e anti-histamínicos, sendo que estas combinações podem afetar o indivíduo em muitas formas.
Interação farmacológica significa que há uma alteração das propriedades de determinada droga quando na presença de outra.

Algumas das interações conhecidas entre álcool e outras drogas ocorrem devido a:

Interação farmacocinética: Efeitos diretos na absorção ou indiretos na metabolização da droga, por exemplo a interação que ocorre no fígado onde muitas drogas são metabolizadas pelas mesmas enzimas 
Interação farmacodinâmica:interferência no mecanismo de ação das drogas. 
Desta forma, há efeitos imprevisíveis e perigos potenciais envolvidos na mistura do álcool com outras drogas.

Tipos de Interações:
Álcool e outras drogas depressoras do Sistema Nervoso Central (SNC)
São depressores do SNC: barbitúricos, sedativos não barbitúricos, benzodiazepínicos e opióides narcóticos. O álcool, quando combinado a outras drogas depressoras pode levar a um aumento da sedação por uma adição do efeito da droga. Outros efeitos podem incluir a depressão de funções respiratórias ou cardíacas que podem resultas em perda da consciência e morte.

Interação de álcool com:

Benzodiazepínicos:
O álcool aumenta a taxa de absorção dos medicamentos benzodiazepínicos o que pode levar a um aumento do efeito depressor que este tipo de medicamento tem sobre o cérebro. Os efeitos mais importantes desta iteração são: sedação, diminuição dos reflexos, incoordenação, e prejuízo da memória.Os riscos desta associação são os relacionados às tarefas que envolvem coordenação de motora e concentração como dirigir um veículo ou operar uma máquina.

Analgésicos:
Analgésicos como paracetamol e aspirina são utilizados para o alívio de dores moderadas, se utilizados juntamente ao álcool podem levar a um prejuízo da mucosa que gástrica e aumentar o tempo de sangramento. Os analgésicos também podem conter codeína e anti-histamínicos que ao interagir com o álcool levam à sonolência.
Quando o álcool é combinado a opiáceos como morfina, heroína, codeína ou metadona pode haver um aumento da função depressora do SNC destas drogas.
Aproximadamente um quarto das mortes de indivíduos que fazem uso de opiáceos se dá em decorrência da interação com o álcool.

Barbitúricos:
Quando o álcool é ingerido juntamente a barbitúricos pode ocorrer uma intensa depressão do SNC, com prejuízo de coordenação e da psicomotricidade. O risco de overdose é muito alto, esta combinação pode levar a uma redução no nível de consciência e parada respiratória.

Outras drogas depressoras:
A Maconha não é necessariamente um agente depressor do SNC pois também possui características alucinógenas, no entanto, quando usado em combinação com o álcool pode prejudicar as funções motoras e intelectuais do indivíduo.
Álcool e drogas estimulantes:
Drogas estimulantes como anfetamina e cocaína, quando usadas juntamente ao álcool fazem com que o indivíduo necessite de doses muito maiores de álcool para que este se sinta intoxicado. Algumas pessoas acreditam que o uso do álcool juntamente à cocaína ajuda minimizar os efeitos desagradáveis desta.

Álcool e drogas alucinógenas :
Há poucas informações sobre a interação de alucinógenos com álcool. Porém, sabe-se que a mistura do álcool com alucinógenos é imprevisível e os efeitos de ambas as drogas pode ser intensificado.

Álcool e medicamentos prescritos:
Há alguns antibióticos, por exemplo metronidazol e tinidazol que reagem com o álcool. O uso combinado pode levar a cefaléia e náuseas. O Álcool também pode diminuir a eficácia de antibióticos e drogas anti-virais. A interação de álcool e anti-histamínicos parece prejudicar desempenho psicomotor. Algumas drogas anti-inflamatórias como ibuprofen e indometacina quando combinadas ao álcool podem levar a um aumento significativo do tempo de sangramento. O álcool quando ingerido juntamente à aspirina pode levar a um prolongamento do tempo de sangramento e irritação da mucosa gástrica. Por fim, deve-se tomar muito cuidado com a utilização do álcool na vigência do uso de anticoagulantes pois pode haver uma potencialização da ação dos agentes anticoagulantes cumarínicos por uma inibição competitiva da metabolização de enzimas hepáticas.

24 de janeiro de 2012

Os Tratamentos

Existem diversos tipos de tratamentos, mas muitas famílias desconhecem e acreditam que as clínicas involuntárias ou psiquiátricas são as únicas e mais adequadas alternativas preventivas, quando na verdade deveriam considerar outras existentes (que explicaremos melhor abaixo). Antes de tomar qualquer decisão, a família deve conversar com o usuário e falar sobre a possiblidade de um tratamento, se ele concordar e estiver disposto a parar de usar, é muito importante e o aconselhável é recorrer a outros métodos ao invés de uma internação involuntária ou psiquiátrica. 
A intervenção (internação involuntária) é a melhor alternativa quando o usuário não aceita nenhum tratamento, e acaba frequentemente abusando das drogas e se colocando em risco.


Tipos de Tratamentos:
Grupos de auto-ajuda (Alcoólicos Anônimos-A.A  e Narcóticos Anônimo-N.A) – Esses grupos são organizados por dependentes químicos em recuperação que buscam viver, ou alcançar a sobriedade  e ajudar à outros usuários que ainda sofrem, eles tem como base a troca de experiências e o aconselhamento, não estão ligados à nenhuma seita ou religião, nenhum movimento político, nenhuma organização ou instituição. Para fazer parte desses grupos não é necessário pagar taxa, ou mensalidade, o único requisito é o desejo de parar de usar.


Ambulatorial –  O paciente comparece periodicamente às consultas com médico e psicólogo, podendo participar também de grupos de ajuda  (Alcoólicos Anônimos – AA, 
Narcóticos Anônimos – NA) e/ou Grupos de Apoio e Prevenção à Recaída. Pode ser necessário o uso de medicamentos assim como a realização de exames toxicológicos periódicos. 


Clínicas de Recuperação – Elas possuem um tratamento de reabilitação que geralmente  visam prevenção às recaídas, reestruturação da personalidade do indivíduo e reinserção social progressiva. Contam com acompanhamento de  psicólogos, médicos e equipe de enfermagem, contam também com atividades físicas, reuniões de auto-ajuda em grupo e terapia ocupacional(trabalho onde são realizadas atividades manuais de artesanato e um grupo de discussão com temas envolvidos no processo de recuperação). Há clínicas voluntárias, que aceitam apenas pacientes que concordam com a internação. Há também as involuntárias, em que a internação é contra a vontade do mesmo,onde a família deverá ser cautelosa na escolha delas, verificando se atendem à  requisitos mínimos para realização da remoção, instalações adequadas para sua segurança e se seguem a legislação que protege os direitos do paciente. São recomendadas também quando o uso é muito abusivo, pois nos primeiros dias, os sintomas de abstinências são fortes e duram aproximadamente quinze dias, porém, para a droga sair completamente do organismo demora em torno de um mês.

12 de janeiro de 2012

A adicção e outras comorbidades

Alguns transtornos de personalidade, são apontados como fatores propícios para o uso de drogas, vale lembrar  que essas outras comorbidades não são a causa e não têm ligação com a  progressão da dependência química, entretanto,  se a pessoa possuí certa predisposição à um determinado tipo de transtorno de personalidade, o uso da droga pode desencadea-lo, ou potencializá-lo. Muitas características e sintomas do dependente químico em sua adicção ativa, são símilares aos desses transtornos e de outros também .


Esquizofrenia: A esquizofrenia é uma desordem cerebral crônica. caracterizada pela psicose crônica ou recorrente. Os quadros de esquizofrenia podem variar de paciente para paciente, sendo uma combinação em diferentes graus dos seguintes sintomas:
Delírios- o paciente crê em idéias falsas, irracionais ou sem lógica. Em geral são temas de perseguição, grandeza ou místicos.
Alucinações- começam a  perceber estímulos que na realidade não existem, como ouvir vozes ou pensamentos, enxergar pessoas ou vultos, podendo ser bastante assustador para o paciente.
Discurso e pensamento desorganizado- o esquizofrênico chega a falar  de maneira ilógica e desconexa , demonstrando uma incapacidade de organizar o pensamento em uma seqüência lógica.
Á partir do momento em que a esquizofrenia se manifesta e desenvolve, seu quadro é irreversível, mas com tratamento pode ser controlada.
 A esquizofrenia relacionada às drogas: O uso da maconha, é propício e um grande agravante para a evolução dessa doença. Se a esquizofrenia não se manifestou numa pessoa predisposta, seu uso pode despertar essa doença que estava "adormecida".




Transtorno Bipolar: O Transtorno Bipolar  é caracterizado por alterações de humor que alternam-se em duas fases:
Maníaca- O estado de humor está elevado podendo isso significar uma enorme euforia, ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação da auto-estima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de grandeza, aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e uma diminuição da necessidade de dormir. O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as ideias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou. Há também perda da consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável e envolvimento em atividades potencialmente perigosas sem manifestar preocupação com isso. Podem surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia o que não significa uma mudança de diagnóstico, mas mostra um quadro mais grave quando isso acontece.
Depressiva-  É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa com sentimentos de inferioridade,  os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso. a capacidade física está comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. As ideias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto.
 A bipolaridade relacionada às drogas: Nota-se, que o álcool, acocaína e a maconha são substâncias comumente utilizadas por pacientes bipolares, especialmente durante as fases de mania. A comorbidade, com o uso das drogas, é potencializada e  pode confundir o clínico e retardar seu diagnóstico .




Ansiedade: O transtorno de ansiedade, caracteriza-se por ter uma duração e intensidade maior que o esperado para a situação. Costuma ser uma doença crônica, com curtos períodos de remissão e importante causa de sofrimento durante vários anos. É uma preocupação exagerada que pode abranger diversos eventos ou atividades da vida. A pessoa com esse transtorno, poderá sentir os seguintes sintomas:
-Palpitações: sentir que o seu coração está acelerado ou demasiado lento, provocando dores no peito e tosse. Este sintoma poderá ser acompanhado de falta de ar.
-Tremores e arrepios: podendo afetar todo o corpo ou só uma parte dele e acontecer apenas uma vez, ou repetidamente.
-Dormência ou sensação de perda da sensibilidade: sentir parte do seu corpo dormente, insensível ao toque, como se estivesse congelada ou anestesiada. Isto pode acontecer em todo o corpo, mas as partes afetadas mais comuns são as mãos, os pés, os braços e as pernas. 
-Despersonalização: sentir-se surreal, resultante de um sonho, absorto da realidade. Poderá sentir que não faz parte do mundo, apenas o observa, e poderá questionar a sua sanidade mental.
-Pensamentos obssessivos e compulsivos: ideias ou pensamentos persistentes e constantes, incapazes de controlá-los. 
-Náuseas e dores de estômago.
-Medos: medo de morrer, de perder o controle, medo de um perigo iminente, ou de  ficar louco. 
Entre outros sintomas.
A ansiedade relacionada às drogas: As drogas induzem à muitos desses sintomas descritos acima, parecidos com o do transtorno de ansiedade.

9 de janeiro de 2012

Tipos de drogas

Estimulantes
As drogas estimulantes mais conhecidas são as anfetaminas, a cocaína e seus derivados. Asanfetaminas podem ser ingeridas, injetadas ou inaladas. Sua ação dura cerca de quatro horas e os principais efeitos são a sensação de grande força e iniciativa, excitação, euforia e insônia. Em pouco tempo, o organismo passa a ser tolerante à substância, exigindo doses cada vez maiores. A médio prazo, a droga pode produzir tremores, inquietude, desidratação da mucosa (boca e nariz principalmente), taquicardia, efeitos psicóticos e dependência psicológica.
A cocaína também pode ser inalada, ingerida ou injetada. A duração dos efeitos varia, as a chamada euforia breve persiste por 15 a 30 minutos, em média. Nos primeiros minutos, o usuário tem alucinações agradáveis, euforia, sensação de força muscular e mental. Os batimentos cardíacos ficam acelerados, a respiração torna-se irregular e surge um quadro de grande excitação. Depois, ele pode ser náuseas e insônia. Segundo os especialistas, em pessoas que têm problemas psiquiátricos, o uso de cocaína pode desencadear surtos paranóides, crises psicóticas e condutas perigosas a ele próprio ou a terceiros. Fisicamente, a inalação deixa lesões graves no nariz e a injeção deixa marcas de picada e o risco de contaminação por outras doenças (DST/aids). Em todas as suas formas, causa séria dependência, sendo o crack o principal vilão.
Depressoras
No conjunto das drogas depressoras, as mais conhecidas são o álcool, os soníferos, a heroína, a morfina, a cola de sapateiro, os remédios ansiolíticos e antidepressivos (barbitúricos) e seus derivados. Seu principal efeito é retardar o funcionamento do organismo, tornando todas as funções metabólicas mais lentas.
A heroína é uma substância inalável. Excepcionalmente, pode ser injetada, o que leva a um quadro de euforia. Quando inalada, porém, resulta em forte sonolência, náuseas, retenção urinária e prisão de ventre – efeitos que duram cerca de quatro horas. A médio prazo, leva à perda do apetite e do desejo sexual e torna a respiração e os batimentos cardíacos mais lentos. Instalada a dependência, o organismo apresenta forte tolerância, obrigando o usuário a aumentar as doses. A superdosagem pode resultar em coma e morte por insuficiência respiratória.
Os derivados da morfina apresentam efeitos muito parecidos com os da heroína, porém, com características euforizantes menores. Seu efeito depressor é explorado pela Medicina há várias décadas, principalmente no alívio da dor de pacientes com câncer em estado terminal.
Outra preocupação constante dos médicos é o uso abusivo dos antidepressivos, soníferos e ansiolíticos (barbitúricos). Para pessoas que têm doenças psiquiátricas, como as depressões e os distúrbios de ansiedade, estas drogas são extremamente importantes, pois o tratamento adequado atenua o mal-estar e permite que o indivíduo leve uma vida normal. No entanto, só um médico é capaz de identificar quem deve usar e em que dosagem. Como o próprio nome indica, os antidepressivos aliviam a ansiedade e a tensão mental, mas causam danos à memória, diminuição dos reflexos e da função cardiorrespiratória, sonolência e alterações na capacidade de juízo e raciocínio. A conduta do usuário é muito parecida com a do dependente alcoólico. Em pouco tempo, estas drogas causam dependência, confusão, irritabilidade e sérias perturbações mentais.
Alucinógenos
As drogas alucinógenas mais comuns são a maconha, o haxixe, o LSD, os cogumelos e o ecstasy.
A maconha e o haxixe são usadas em forma de cigarro (também pode ser cheirada ou ingerida). Seu efeito dura entre uma e seis horas. Inicialmente, o usuário tem a sensação de maior consciência e desinibição. Ele começa a falar demais, rir sem motivo e ter acessos de euforia. Porém, ele pode perder a noção de espaço (os ambientes parecem maiores ou menores) e a memória recente, além de apresentar um aumento considerável do apetite (“larica”). A maconha costuma afetar consideravelmente os olhos, que ficam vermelhos e injetados. Com o tempo, pode causar conjuntivite, bronquite e dependência. Em excesso, pode produzir efeitos paranóicos e pode ativar episódios esquizofrênicos em pacientes psicóticos.
O LSD é encontrado em tabletes, cápsulas ou líquido e é ingerido. Sua ação dura entre 10 e 12 horas. Inicialmente, a droga intensifica as percepções sensoriais, principalmente a visão, e produz alucinações. Com o tempo, pode causar danos cromossômicos sérios, além de intensificar as tendências psicótica, à ansiedade, ao pânico e ao suicídio, pois gera um medo enlouquecedor. O usuário costuma dizer que ouve, toca ou enxerga cores e sons estranhos; fala coisas desconexas e tem um considerável aumento da pupila.
Já o cogumelo, geralmente, é ingerido em forma de chá. Seu efeito dura cerca de seis a oito horas, propiciando relaxamento muscular, náuseas e dores de cabeça, seguidos de alucinações visuais e auditivas. A médio prazo, não se conhecem seus efeitos sobre o organismo. Seus sintomas são muito parecidos com os do LSD.
Mais recentemente, surgiu no mercado das drogas oEcstasy, um comprimido que vem sendo comercializado cada vez mais em todo o mundo. Seus efeitos também são alucinógenos, como no caso do LSD e a dependência é inevitável.





Anfetaminas

Cocaina

Crack

Ecstasy

Maconha





Consequência do uso da maconha e sequelas deixadas pela droga.

                           
                                          Lavando a alma, viva sem drogas !